Expedição 2016 - Patagônia Argentina
Ushuaia - Troller TGV 2013
Por Eduardo Santos e Elton Santos
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Este é um pequeno resumo do desafio que meu irmão e eu aceitamos fazer juntos: Ir até o Fin Del Mundo – Ushuaia.
Para os aventureiros do mundo 4x4, conhecer a Patagônio, ir ao famoso Ushuaia conhecido por ser El Fin Del Mundo (o extremo da América do Sul), conhecer os glaciares de El Calafate e esquiar em Bariloche, aventurar-se nas famosas Ruta 03 e Ruta 40, Argentina, percorrendo estradas de terra, lama, asfalto, sol, chuva, neve e muito vento são realizações que nos trazem sensações e experiência espetaculares cujas histórias se eternizarão nas nossas vidas. Por isso, decidi fazer um pequeno resumo da viagem, com alguns valores curiosidades, sugestões e tópicos importantes para que possa ajudar a como referência, outra pessoa a programar melhor esse tipo de viagem.
1. Pilotos / Veículo / Objetivos
Eu: Eduardo Santos Meu irmão: Elton Santos
Viatura: Troller TVG 2013 (Motor original x pneus Bf 33)
Objetivo: Percorrer toda Ruta 03 e uma parte da Ruta 40 e conhecer as seguintes cidades:
Buenos Aires / Puerto Madryn / Ushuaia / El Calafate / Bariloche
A viagem foi realizada em Julho de 2016. Como moramos na cidade de Ipojuca/PE, iniciamos nossa viagem em Balneário de Comburiu/SC. Para isso enviamos o Troller de Recife/PE até Balneário Comburiú/SC por transportadores quinze dias antes da data de saída.
Tínhamos pouco tempo para realizar a viagem por motivos pessoais, fizemos toda uma programação de cada dia, onde iríamos parar para conhecer, dormir e abastecer. A viagem teve início dia 04 de julho 2016, em Balneário do Comburiú/SC, e tínhamos previsão de voltar a Balneário de Comburiú/SC em 22 de julho e de lá seguimos de carro até Ipojuca/PE (casa).
2. Itinerário
Como havia poucos dias para realizar a viagem, nosso itinerário era bem objetivo e necessitava ser seguido à risca. E conseguimos!!!
Fizemos uma pesquisa na internet em busca de posto de combustível, hotel e pontos de referências no percurso da viagem. Todas as cidades abaixo têm assistência de posto e hotel, exceto onde está com observação em vermelho:
Balneário Camboriú, SC, Brasil - Santana do Livramento, RS, Brasil – 1000 km
1 – Balneário Camboriú/SC - Porto Alegre/RS, Brasil – 522 km (6h)
Biguaçu, SC, Brasil – 61 km - BR 101
Barranceira, Laguna - SC, Brasil – 115 km - BR 101
Osório, RS, Brasil – 260 km - BR 101
Porto Alegre, RS, Brasil – 100 km – BR 290
2 – Porto Alegre/SC - Santana do Livramento/SC, Brasil – 500 km (6h) – (Imigração -
Brasil/Uruguai)
Butiá, RS, Brasil – 85 km – BR 290
São Gabriel, RS, Brasil – 250 km – BR 290
Rosário do Sul, RS, Brasil – 65 km – BR 290
Santana do Livramento, RS, Brasil – 110 km – BR 158
Santana do Livramento, RS, Brasil– Buenos Aires, Cidade Autônoma de Buenos Aires– 750 km
1 – Santana do Livramento/SC, Brasil - Paysandú, Uruguai /Colón, Argentina - 340 km (4h) - (Imigração – Uruguai – Argentina)
Tacuarembó, Uruguai– 117 km – Ruta 05
Paysandú, Uruguai– 233 km – Ruta 26 / 03
2– Colón, Entre Rios - Buenos Aires, Argentina – 290 km – (3,5h)
Zárate, Buenos Aires – 200 km – Ruta 14 / 12
Buenos Aires, Cidade Autônoma de Buenos Aires – 90 km – Ruta 06 / 09
Buenos Aires, Cidade Autônoma de Buenos Aires – Puerto Madryn, Chubut– 1380 km
1 - Buenos Aires - Bahía Blanca, Argentina – 680 km (8h)
Las Flores, Buenos Aires – 190 km - Ruta 03
Azul, Buenos Aires – 115 km- Ruta 03
Tres Arroyos, Buenos Aires – 200km – Ruta 03
Bahía Blanca, Buenos Aires– 195 km – Ruta 51
2– Bahía Blanca - Puerto Madryn, Chubut, Argentina – 715 km – (7h)
Viedma, Río Negro– 280 km – Ruta 03
La Grutas, Rio Negro – 190 km – Ruta 03
Puerto Madryn, Chubut– 255 km – Ruta 03
Puerto Madryn, Chubut– Río Gallegos, Santa Cruz– 1220 km
1– Puerto Madryn - Comodoro Rivadavia, Chubut, Argentina – 440 km (4,5h)
Trelew, Chubut – 65 km – Ruta 03
Comodoro Rivadavia, Chubut– 375 km – Ruta 03
2– Comodoro Rivadavia - Puerto San Julián, Santa Cruz, Argentina – 427 km (4,5h)
Caleta Olivia, Santa Cruz– 78 km – Ruta 03
Puerto San Julián, Santa Cruz- 350 km – Ruta 03
3– Puerto San Julian - Río Gallegos, Santa Cruz, Argentina – 360 km – (4h)
Cmte. Luis Piedrabuena, Santa Cruz– 125 km – Ruta 03
Río Gallegos, Santa Cruz – 237 km – Ruta 03
Rio Gallegos, Santa Cruz– Ushuaia, Terra do Fogo - 570 km (8 h)
Paso de Integración Austral, Santa Cruz – 65 km – Ruta 03 (Imigração - Argentia/Chilé) (Não há posto)
Punta Delgada, Chile– 55 km -Ruta 255 (Passagem na Balsa) (NÂO HÁ POSTO)
Paso Fronterizo San Sebastian, Chile – 145 km - Ruta 257 – (Imigração saída do Chile) (NÂO HÁ POSTO)
San Sebastian, Terra do Fogo, Argentina – 15 km - Ruta 03 – (Imigração entrada Argentina) (HÁ UM POSTO YPF)
Rio Grande, Terra do Fogo, Argentina – 80 km - Ruta 03
Ushuaia, Terra do Fogo, Argentina – 210 km - Ruta 03
Río Gallegos, Santa Cruz - El Calafate, Santa Cruz – 300 km (4h)
Posto YPF – 150 km – PR05
El Calafate, Santa Cruz – Bariloche, Río Negro – 1500 km (16H)
1- El Calafate - Perito Moreno, Santa Cruz, Argentina – 680 km – (9h)
La Leóna, Santa Cruz – 100 km – Ruta 40 (HÁ APENAS UM HOTEL NA ESTRADA)
Gobernador Gregores, Santa Cruz, Argentina – 225 km – Ruta 40/29
Bajo Caracoles, Santa Cruz – 225 km – Ruta 40
Perito Moreno, Santa Cruz – 130 km – Ruta 40
2 – Perito Moreno - Bariloche, Río Negro, Argentina - 800 km (9h)
Río Mayo, Chubut– 130 km – Ruta 40
Gobernador Costa, Chubut Province– 230 km – Ruta 40/29
Tecka, Chubut – 80 km – Ruta 40
Esquel, Chubut – 95 km – Ruta 40 / 259 (FAZER UMA SAÍDA PELA 259 POR 10 KM)
El Bolsón, Río Negro, Argentina – 165 km – Ruta 40
Bariloche, Río Negro - 130 km – Ruta 40
Bariloche, Río Negro – Bahia Blanca , RS, Brasil – 1000 km (11h)
1- Bariloche, Río Negro – Nelquén - 435 km (5h)
Piedra del Águila, Neuquén – 205 km - Ruta 40 / 237
Neuquén – 230 km- Ruta 22
2 – Nelquén – Bahia Blanca - 535 km (6h)
ChoeleChoel, Río Negro – 225 km – Ruta 22
La Adela, La Pampa – 140 km – Ruta 22
Bahía Blanca, Buenos Aires – 170 km Ruta 22 / 03
De Bahia Blanca/ARG fizemos o mesmo caminho de volta até Balneário Camboriú/SC de de lá seguimos para casa (Ipojuca/PE).
3. Documentação e Fiscalização
Para poder entrar em área MERCOSUL, os brasileiros precisam portar apenas o RG (carteira de identidade) como documentação para imigração. Caso a foto do RG esteja muito antiga, sugiro tirar um novo RG com foto atual para minimizar problemas durante a imigração. O passaporte também é uma opção caso não queira usar o RG. Recomendo utilizar uma dessas duas documentações com identificação, pois alguns postos de imigração e fiscalização não aceitam a nossa carteira de habilitação (CNH) como documento de identificação.
Para o veículo, ter sempre documentação em dia do ano correspondente e o proprietário deve estar presente no momento da imigração para fazer a entrada. Caso o veículo seja de empresa, é necessária uma autorização em cartório. Mesmo que a empresa seja sua e esteja no seu nome é necessária essa documentação. Outro documento importante é o seguro para terceiro, chamado Carta Verde, que cobre apenas custo e danos em veículos de terceiro. Caso haja algum incidente, esse documento muitas vezes é requerido pela fiscalização de trânsito e imigração, então é bom sempre ter ele fácil e junto com a documentação do veículo.
Apesar de nosso carro ser assegurado pela PMR Seguros, que tem cobertura total em todo Mercosul, fomos recomendados a fazer também a Carta Verde para minimizar problemas em que ficar explicando e provando para a fiscalização, pois a Carta Verde é um documento já conhecido por todos e é escrito em espanhol, o que ja facilita bastante. A maioria das seguradoras de automóveis do Brasil também emite essa documentação, emitimos a nossa pela PMR Seguros para todo o mês de Julho que saiu o no valor de R$ 406,02
É bom lembrar que você esta em outro país e sujeito a todas as leis locais. Na Argentina são requisitos alguns itnes de segurança, além do que é usual no Brasil.
Durante a viagem, fomos parados diversas vezes pela fiscalização. Geralmente em quase toda entrada de cidade há um posto onde as autoridades pediam para ver documentação do veículo, carta verde e nossa documentação. Os itens de segurança nunca foram queridos, mas tínhamos todos no nosso carro, em algumas situações pediam para olhar nossa mala, uma vistoria superficial e nos liberavam, não tivemos nenhuma “dor de cabeça” com fiscalização durante toda viagem.
Recomento sempre que fizer imigração de entrada ou saída se informa se não falta nenhum documento e se os documentos foram carimbados corretamente, pois alguns amigos que fizeram essa viagem tiveram o carimbo de entrada em vez de saída e isso acarretou em alguns problemas no próximo posto de imigração.
4.Dinheiro
A moeda local é o Peso Argentino. Apesar de ser um pouco desvalorizado, não se iluda de que vai ser rei com cambio favorecendo. Infelizmente tudo é mais caro quando comparado ao Brasil. Por causa dos problemas políticos e alta inflação o Dólar, Euro e o Real na maioria dos casos têm mais aceitação que a própria moeda local, pode se dizer que a aceitação do dólar em quase 100% e o Real em 70% dos lugares na Argentina, na maioria dos casos o câmbio é
feito no próprio estabelecimento ou encontra lugar fácil para fazer a troca na cidade.
O cartão de bandeira VISA é muito bem aceito nos lugares, utilizávamos nosso cartão brasileiro sem problemas na opção crédito, mas fique atento a cotação do cartão de crédito, pois ela não é aquela que você se encontra nos sites com a cotação diária e sim um pouco inferior.
Atenção: Lembrar de fazer o desbloqueio do cartão antes de sair do Brasil para uso no exterior. Em alguns casos, é necessário comparecer a sua agencia.
Antigamente na Argentina se podia encontrar dois valores de câmbio, um oficial (encontrado nas casas de câmbio e bancos) e outro chamado Dólar Azul (o famoso câmbio negro que é encontrado naturalmente nas ruas da cidade e tinha uma cotação 50% a mais que o oficial). No início de 2016, com novo governo e novas reformas políticas portenhas, esse câmbio negro foi quase extinto e hoje não se encontra essa grande diferença entre os dois valores de câmbio, mas dependendo do montante que vai ser trocado ainda pode ser justificável. Só como exemplo, trocamos dinheiro em um desses locais indicado por um amigo brasileiro, câmbio de real para pesos referência final de junho/2016.
Cotação do dia segundo site oficial: 4,40
Cotação nas casas de câmbio oficial na Argentina: 3,20
Cotação no câmbio das ruas: 4,25 (famoso câmbio negro)
Atenção: Se tem interesse em trocar nesses lugares, tenha sempre em mãos cédulas de 50 e 100 reais, cédulas de menores valor difícil eles aceitam.
Apesar de poder utilizar outra moeda como forma de pagamento sugiro fazer o câmbio de uma boa parte do dinheiro em Buenos Aires de preferência fora das agências de câmbio, em lugar indicado por um amigo conhecido de confiança onde se encontrar boa cotação, pois encontrei brasileiros que utilizavam dólar como forma de pagamento no sul da Argentina e tiveram que aceitar o câmbio local absurdo por não ter outra opção de pagamento.
Lembre-se que Argentina é um dos países com maior índice de inflação chegando a quase 40%, todos os valores mencionados aqui são valores médio com referência em Julho de 2016.
5.Combustível
Uma das nossas maiores preocupações era quanto ao combustível, como estávamos longe de qualquer assistência troller não podia arriscar usar qualquer tipo de diesel, tínhamos conhecimento que a maioria dos postos na Argentina encontraria diesel S10 que é o combustível recomendado para nosso veículo.
Para quem necessita uso de combustível S10, na Argentina existem três grandes redes de combustível que é fácil de encontrar nas cidades. São elas: YPF (A maior das redes), em seguida Petrobras e Shell, todas essas três redes é possível encontrar o S10 com seguintes nomes:
YPF Eurodiesel 10
Petrobras Diesel Podium
Shell V-Power Nitro+ Diesel
Existem outras redes de combustíveis, mas não arriscamos e sempre abastecemos em um dessas três acima.
Outra preocupação era a Ruta 40 entre El Calafate e Bariloche. Existem poucas cidades com posto de combustível de rede conhecida e, dependendo das condições de neve, alguns lugares podem sofrer com a falta pela dificuldade dos caminhões de reabastecimentos chegarem aos locais.
Visando a encontrar alguma situação de falta, tínhamos em cima do nosso carro um galão com capacidade de 50L que enchemos ao sair de El Calafate por garantia, porém encontramos fácil o S10 nas seguintes cidades:
Três Lagos – 160 km de El Calafate localizado na Ruta 040 há um pequeno posto na entrada da cidade. Não entramos no posto e não confirmamos se possui S10.
Governador Gregório – 175 km de Três Lagos pela Ruta 040 e faz um desvio pela Ruta 029. Existe um posto YPF com S10.
Bajo Caracoles – 225 km de Governador Gregório pela Ruta 040. Existe um pequeno posto nesse vilarejo, porém passamos direto e não confirmamos se existia S10, mas suspeito que não.
Perito Moreno – 130 km de Bajo Caracoles na Ruta 040, um cidade grande que tem todas as redes e fácil combustível e hotel.
Rio Mayor – 130 km de Perito Moreno, fica na Ruta 040 e existe um pequeno posto YPF com Diesel S10.
Gobernador Costa – 230 km de Rio Mayor que fica na Ruta 040 e existe um pequeno posto YPF (Só aceitava dinheiro como pagamento no momento).
Tecka – 85 km de Gobernador Costa, uma pequena cidade com um posto YPF. Não paramos, mas suspeito que possa ter sim S10.
Esquel – 95 km de Tecka, uma cidade que tem YPF e Petrobras onde encontramos S10, fica na Ruta 040 e tem que fazer um pequeno desvio de uns 10 km pela 259.
El Bonsón – 165 km de Esquel, uma cidade grande que pode se encontrar várias redes de combustível com S10, localizada na Ruta 040.
Bariloche – 122 km de El Bonsón que já é possível encontrar todas as redes de combustível com todos os tipos.
Existem várias cidades e vilarejos na estada onde foi possível ver alguns postos, mas não paramos. Para quem viaja em um carro à gasolina, pode ficar tranquilo que é um combustível mais fácil de encontrar.
Em toda a viagem, conseguimos utilizar cartão de credito bandeira VISA como forma de pagamento. Nos postos de combustível, apenas um dos postos tinha a máquina quebrada. Em Puerto San Julian na Ruta 03 e em Governador Costa na Ruta 040, não aceitava cartão no momento e tivemos que pagar em dinheiro na moeda local.
Quanto ao valor do combustível na Argentina, não fique surpreso, mas é bem acima do nosso!
Ele é mais caro no norte do país e vai ficando mais barato ao passo que vamos descendo ao sul. Começamos pagando uma média de 20 pesos por litro em Buenos Aires até 14,5 pesos no Ushuaia.
Uma curiosidade importante observada é que o combustível da Argentina tem um consumo maior que o nosso. Enquanto no Brasil nosso carro faz média de 8,5-9 Km/L, na Argentina fazia em torno de 6,5-7 Km/L no uso do S10.
6.Hotel
Algo que deve ficar claro: não se iluda com o fato do câmbio de ser 4 pesos x 1 real ou mais. Infelizmente tudo nesse país é mais caro quando comparado ao Brasil! Como meu irmão e eu não temos luxo com nada, a gente sempre procurou dormir em hotel simples. Apenas nas cidades principais, procurávamos um hotel de melhor qualidade para ter melhor conforto e poder descansar bem.
Utilizamos na maioria das vezes o aplicativo booking para fazer reserva dos hotéis. Quando tínhamos internet, em uma cidade antes de chegar à cidade onde iríamos dormir fazíamos a pesquisa e reservávamos o hotel ou quanto chegávamos cedo à cidade dávamos um volta nos locais olhava no booking onde estava localizado, se era um local habitável e fazíamos a reserva uns minutos antes de entrar no hotel.
Alguns “hotéis” no Booking e sites de reserva na realidade são casas ou apartamento que algumas pessoas publicam e alugam como hotel, mas infelizmente não tem estrutura para isso. Em uma de nossas reserva em Bahia Blanca, quando ainda não tínhamos conhecimento essa situação, fizemos a reserva antes de chegar à cidade e ao chegar, por volta de 21 horas, o local já estava fechado, só existia um vigilante e não havia mais ninguém na “administração”
para fazer nossa entrada e fomos obrigados a procurar outro lugar, então fique atento se existe alguma observação quanto a horário de check-in, as fotos do local, pois nessas situações às vezes o sistema cobra no seu cartão de crédito como falta de comparecimento.
Outra opção que utilizávamos em cidades pequenas era buscar hotéis e ver o preço direto no balcão, pois na maioria das vezes quando se paga em dinheiro se tem um desconto de 10% ou mais. Muitos dos hotéis também aceitam cartão de credito como forma de pagamento, mas não espere desconto pagando com o cartão.
Na média, podemos dizer que se pode encontrar hotel simples ou hostel habitável para duas pessoas no valor de 800 pesos (Pesos Argentino) a diária. Esse é um bom preço como referência, mas se busca algo realmente bom vai ter que pagar o dobro pela diária.
7. Alimentação
Quanto à alimentação, a gente tentava tomar um bom café da manhã nos hotéis, pelo menos era o esperado, mas não se decepcione se encontrar apenas torrada, manteiga e café como café amanhã nos hotéis. No geral, o café da manhã argentino está muito longe do nosso, até em bons hotéis em Bariloche onde ficamos o café era bem simplório, apenas em El Calafate na Pousada Los Alamos encontramos um excelente café da manhã com boa estrutura de hoteleira e excelente preço.
Quando estávamos viajando, sempre almoçávamos ou comíamos “porcaria” nos postos de combustível onde abastecíamos. Nesses lugares, pode-se comer algo (“almoçar”) ou fazer um lanche na média e 150 à 200 pesos (Pesos Argentino) por pessoa.
Não vá pensando que vai encontrar arroz, feijão e farinha. Isso ficou muito atrás quando você passou a fronteira, infelizmente na Argentina se come muito carboidrato, você vai encontrar muita pizza, massa, batata fria e purê, pão, carne assada, tipo churrasco à vontade. Como comíamos, porcaria o dia todo durante a viagem nunca tínhamos fome, mas sempre procurávamos fazer no mínimo uma boa refeição por dia, no geral pagamos média de 600 a 700 pesos (Pesos Argentino) para duas pessoas por refeição.
8. Telefonia
Apesar de ter desbloqueado o telefone para uso no exterior, o custo das operadoras do Brasil são por volta de 30 reais por dia se usar, porém quando chegamos em Buenos Aires optamo sem comprar dois Chip um da operadora Claro e outro Movistar com pano de internet pré-pago e utilizamos durante toda a viagem sem problema. Na maioria das cidades se encontra bom sinal de umas dessas operadoras e nos postos de combustíveis é fácil encontrar créditos para recarga, basicamente só utilizávamos internet e não chegamos a gastar 500 pesos (Pesos Argentino) para os dois durante toda a viagem.
Uma coisa boa que podemos observar é que todos os postos de combustíveis sempre tinham uma boa loja de conveniência e com WiFi liberado com bom sinal. Independente se era dentro da cidade ou no meio da estrada os postos, na maioria das vezes, são bem equipados para os usuários.
9. Diário de Bordo
Nossa viagem teve início no dia 04 de julho de 2016. Saímos cedo de Balneário Camboriú/SC e pegamos BR-101 Sul sentido Porto Alegre/RS, em seguida BR-290 e BR-158 com objeto de rodar uns 1000 km até Santana do Livramento/RS (cidade que faz fronteira com Uruguai).
Existem várias possibilidades de se entrar na Argentina, mas fomos comunicados que esse era o menor percurso em KM e fiscalização mais tranquila, porém tem que fazer imigração e cruzar mais um país, nesse caso Uruguai, e rodas cerca de 200 km em uma estrada com alguns buracos.
Santana do Livramento/RS é uma cidade brasileira que faz fronteira com Riviera/UR, uma cidade paraguaia. As duas cidades são basicamente uma só separadas por uma rua, ambos habitantes brasileiros como paraguaios têm liberdade de cruzar e andar nas cidades naturalmente, caso saia fora dos limites das cidades é necessário fazer imigração em um posto local no centro e passar por uma fiscalização em um posto na saída de cada cidade. O Posto
da Aduana fica localizado na cidade de Riviera e lá se faz a entra e saída de ambos os países, simples e rápido, está localizado no cruzamento entre a Rua Sarandi e Rua Presidente Feliciano Viera.
Após fazer todo trâmite de documentação e fiscalização, seguimos viagem pela Ruta 05 até a cidade de Tucuarembó, no Uruguai (Cidade grande que tem Posto de combustível e Hotel).
Dela seguimos pela Ruta 26 onde percorremos cerca de 200 km em uma estrada com alguns buracos até encontrar a Ruta 03 onde fizemos entrada na Argentina pela cidade de Colón, fiscalização também muito tranquila e sem tráfico de espera.
Após sair da imigração, seguimos pela Ruta 014, Ruta 12 e Ruta 09 até Chegar a Buenos Aires, estrada de boa qualidade com várias faixas e posto de combustível à vontade. Boa parte das estradas são mantidas por concessionárias, então vai encontrar muito pedágio.
1° Destino - Buenos Aires
Eu já conheço Buenos Aires há algum tempo, mas como meu irmão não conhecia ficamos dois dias na cidade para fazer um tour simples e conhecer alguns pontos principais. O centro de Buenos Aires é bom de andar, boa urbanização com ruas paralelas e perpendiculares, bom sistema público de transporte, valor de táxi aceitável e vários estacionamentos privados para quem vai de carro. Como temos alguns amigos que moram na cidade, foram “obrigados” a nos hospedar (nos dar casa, comida e roupa lavada.. kkk!!!). Fizemos um passeio rápido pelo
Obelisco, Casa Rosada, Puerto Madero, comer o famoso Bife de Chorizo com papas fritas, Matambrito de Cerdo, Empadas, Alfajor e famoso e recomendado sorvete de Mascarpone e Doce de Leite Sensação da sorveteria Freddo. Existem várias atividades e pontos turísticos interessantes dentro e ao redor da cidade, mas nós ainda tínhamos muitos a percorrer, compramos algumas coisas que nos faltavam e seguimos viagem.
Saímos de Buenos Aires pela Ruta 03 onde rodamos cerca de 690 até Bahia Blanca aonde pernoitamos, no dia seguinte seguimos cedo pela Ruta 03 até Puerto Madryn.
2° Destino – Puerto Madryn
Puerto Madryn é uma cidade litorânea com uma linda orla e locais agradáveis, conhecida pela bela Península Valdés com seus quase 400 km de estrada com belas paisagens, atividades marinhas, vista de pinguins, aves, leões marinhos, baleias entre outros animais selvagens. A cidade tem boa estrutura turística, principalmente após junho quando as baleias voltam a aparecer com mais frequência. A Península de Valdés fica ao norte da cidade, pagamos 220 pesos (Pesos Argentino) por pessoa para entrar na reserva e se estiver de carro poder percorrer todos os locais e aproveitar todo o dia com belas paisagens.
Fizemos o mergulho com os leões marinho, atividade que leva toda manhã. Na minha opinião, muito interessante, só vai ter que aprender a suporta o frio congelante da água do mar, mesmo com roupa apropriada é quase insuportável, mas recompensador e vale a pena ser feito.
Fomos conhecer uma parte da Península Valdés de onde sai o barco para a vista das baleias. O passeio também muito legal, mas a emoção vai depender da quantidade e vontade das baleias saltarem, por sorte conseguimos ver algumas baleias saltando e com seus filhotes.
A noite na cidade é bem movimentada, clima agradável, bons restaurantes com excelentes preços e bastante lojas de souvenir e coisas locais. Foi um pouco corrido nossa visita, mas deu para conhecer a essência do local e deixar um gostinho de voltar em outra oportunidade.
No dia seguinte (10 de julho), saímos cedinho do hotel pela Ruta 03. Sabíamos que tinha um longo percurso, cerca de 1200 km até Rio Gallegos em um dia por uma estrada que no geral é de boa qualidade, programamos os abastecimentos e paradas, e, por volta das 23 horas, chegamos a Rio Gallegos, buscamos um hotel no booking assim que chegamos e reservamos no próprio balcão do hotel.
No dia seguinte, saímos bem cedo antes do sol nascer, tínhamos cerca de 560 km até Ushuaia, com bastante imigração, estada de terra e transbordo em balsa e queríamos tentar chegar cedo.
Logo quando saímos de Rio Gallegos pegamos uma geada e neblina muito fortes. Com isso, um asfalto congelado e muito liso que nos quase fez rodar na pista. Por sorte, não vinha nenhum outro carro e conseguimos controlar nosso veículo, apesar de não ter sinal nenhum de neve na estrada, tanto o asfalto quanto o acostamento (em terra e pedra) estavam congelados e bastante lisos. Optamos por não instalar correntes e andar em baixa velocidade e com mais
atenção. Assim que o sol saiu e a temperatura aumentou o asfaltou descongelou e ficou mais segura a estrada.
Seguimos 65 KM pela Ruta 03 até o posto de imigração Argentina/Chile. Nesse ponto existem dois prédios separados por cerca de 1 km onde se faz todo o tramite de entrada e saída no mesmo lugar. O primeiro prédio é para quem faz imigração no sentido Chile/Argentina e o segundo é para quem faz imigração no sentido Argentina/Chile. Passamos direito na primeira fiscalização e fizemos toda a imigração no segundo prédio, todo processo rápido e tranquilo, fiscalização padrão de documentação, depois vistoria no veículo e liberados para seguir viagem.
A partir daí já estamos em terras chilenas, seguimos por mais 55 km pela Ruta 255 e Ruta 257 até a balsa para cruzar o Estreito de Magalhães. Segundo fomos informados, a balsa funciona das 08h am até as 01h am, segue em ordem de chegada para embarque, mas o fluxo é bom e não demora para se embarcar em umas das balsas, paga-se apelas pelo tipo de veículo. Já incluindo os passageiros, pagamos 405 pesos (Pesos Argentino) e levou pouco mais de 30 min para cruzar. Após cruzar, seguimos em média 35 km com asfalto pela Ruta 257 em seguida mais 110 km por uma estrada de terra onde fica o posto de imigração para fazer saída do Chile, nesse lugar apenas se faz a saída no Chile, Após sair da balsa existe duas opção de estrada até chegar o posto de imigração do Chile, uma e mais conhecia é a Ruta 257 (em azul), essa que utilizamos tanto para ir como para voltar, e a outra opção em vermelho Y-79, que segundo nos informaram esta em processo de pavimentação e algumas partes já esta asfaltada. Por não te conhecimento dessa informação na viagem utilizamos a Ruta 257, é uma estrada completamente de terra e depende da do tempo se tiver chovendo vai encontrar muita lama e se houver com neve a aventura pode ser maior, é uma região impressionante a sensação que nos tínhamos era que não caia água e sim lama, uma chuva de lama.
Os postos de imigrações ficam realmente separados, andamos por 15 km em uma estrada de terra para chegar a imigração Argentina, ambas nos dois lugares foi muito tranquilo toda tramitação, seguimos por mais 80 km até chegar a cidade de Rio Grande já em uma estrada asfaltada.
Abastecemos o carro em Rio Grande e seguimos 210 km que faltava pela Ruta 03 para chegar a Ushuaia. Infelizmente pegamos um dia de muita chuva, muita névoa com asfalto escorregadio que tomaram muito nosso tempo e que nos obrigou a fazer a última parte da viagem durante a noite, os últimos 200 km para chegar até Ushuaia é um pouco perigosa, muita curva, asfalto com buracos, muita subidas e descidas com curvas acentuadas e sinalização precária, existe apenas uma cidade no meio do caminho chamada Tolhuin que tem hotel e posto de combustível, caso precisasse e alguns pequenos vilarejos na estrada. Como estávamos sentido-nos confortável até o momento não instalamos as correntes nos pneus, mas o tempo mudou completamente ao longo da estrada, começou a nevar, muita nevoa, estrada bastante escorregadia e escura, como fazia muito frio e nevava e não víamos lugar seguro para instalar as correntes decidimos seguir viagem sem a correntes no 4x4 ligado, mas
que nos obrigaram a andar na maioria das vezes em 40km/h.
Aconselho fazer uma programação para dormir em Rio Grande, assim garante que irá fazer os últimos 200 km dessa estrada no período da manhã.
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