Expedição 2016 - Patagônia Argentina
Ushuaia - Troller TGV 2013
Por Eduardo Santos e Elton Santos
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3° Destino – Ushuaia
Ushuaia é uma bonita cidade com um grande lago na frente e lindas montanhas congeladas ao redor. Nesse período, por causa da neve encontramos tudo branquinho, realmente espetacular!
Para os amantes do mundo 4x4, chegar ao Ushuaia, conhecido como El Fin Del Mundo o extremo da américa do sul de carro, é uma sensação incomum, um desejo de vida alcançado.
Enfim, depois de uma boa aventura na estada congelada a noite conseguimos chegar a Ushuaia por volta das 22 horas. Já havíamos reservado hotel no booking, ficamos hospedados no Hotel Lennox, um bom hotel com boa localização no centro da cidade, porém infelizmente a maioria dos hotéis do centro da cidade não possui estacionamento e não encontramos nenhum estacionamento privado. Fomos recomendados a deixar o carro na rua, pois era um lugar seguro e não teria o que temer, então buscamos uma rua perto do hotel e assim deixamos
nosso carro.
Como sempre, nosso tempo era curto e tínhamos que aproveitar a um máximo a cidade. Acordamos cedo, levamos o carro a um lava-a-jato, pois estava completamente sujo de lama, pagamos 100 pesos (Pesos Argentino) por uma lavagem externa superficial. Percebe que ninguém na cidade usava corrente nos pneus. Eles utilizam os pneus comuns com uns grampos de ferro encravado na borracha, como tinha levado dois pneus cobertos novos com VJ 910 como suporte, busquei uma borracharia e mandei instalar os pinos apenas nesses pneus e instalei na traseira do carro, cobraram-nos 800 pesos (Pesos Argentino) por cada pneu e em 2 horas de serviço já estavam instalado no carro, a vantagem desses cravos é que podemos desenvolver uma velocidade maior na estrada comprando as correntes e não precisaríamos ter o trabalho e perda de tempo de ficar instalando e desinstalando correntes.
Esse ano o inverno atrasou a chegar e muitas das atividades como esqui, passeios na neve estavam paradas por falta de neve, mas é impressionante a quantidade de atividades legais que o local oferece quando se tem muita neve. Fomos conhecer o Parque Nacional Tierra del Fuego que fica a uns 15 km seguindo a Ruta 03, onde se encontra o marco com o fim da ruta, lugar muito bonito, com bastante árvores, lagos, rios e neve. A entrada no parque é gratuita e pode explorar todo o parque de carro. Antes da entrada no parque, fica a Estação Del Fin Del Mundo, um ponto turístico onde se pode fazer um passeio em um trem a vapor por uma parte da reserva, com paradas para fotos e lindas paisagens. O passeio é bem simples e não é nada empolgante, mas é o tipo da coisa que se tem que conhecer para quem vai a Ushuaia, tem boa estrutura e nos foi cobrado 600 pesos (Pesos Argentino) por pessoa.
A maioria das atividades fica estão em postos localizados na Ruta 03 ao longo de uns 40 km antes de chegar na cidade, de dia se pode ver várias lugares, restaurantes, pontos de apoios e estação turistas com área de esqui, passeio de treno com cachorro, passeio de snowmobiles, passeios em 4x4 entre outras variedades.
O centro da cidade é simples de andar com vários bons restaurantes, bares, museus e centros históricos para visitações. Infelizmente devido à pouca neve teremos que voltar a Ushuaia em outra oportunidade para aproveitar o máximo do lugar.
Com o principal objetivo concluído, que era chegar a Ushuaia no dia 13 de julho, preparamos o carro e por volta das 11 horas, quando vimos o sol já tinha saído para garantir não encontrar o asfalto congelado e com os novos pneus, iniciamos nosso retorno a Rio Gallegos pelo mesmo trajeto de vinda. Por sorte, pegamos um bom dia e conseguimos chegar a Rio Gallegos, por volta das 21 horas. Abastecemos o carro e seguimos viagem por 300 km pela Ruta 05 até El Cafalate, por volta de 01h da manhã já estávamos na cidade.
4° Destino – El Calafate
El Calafate está localizada às margens das Cordilheiras do Andes do lado argentino. É uma cidade muito bonita, charmosa, limpa e bastante aconchegante com um lindo lago as margens e excelentes hotéis dentro e fora da cidade com boa estrutura turística. Famosa por ter um dos mais lindos glaciares que é possível visitar e que no verão quando a temperatura aumenta se tem mais atividade para ver e ouvir o espetáculo dos paredões de gelo desmoronar sobre o lago, para quem procura atividade no gelo, aconselho ir depois do mês de agosto quando se
iniciam as atividades de trekking nas geleiras para pessoas de todas as idades, se pode encontrar também estação de esqui, visitar o parque de los glaciares e passeio de barcos pelos lagos, passeio pelas montanhas de El Chaltén entre outras atividades.
Chegamos por volta da 01 hora da manhã, cidade pequena com pouca movimentação na madrugada. Por azar o sistema de telefonia estava em manutenção e não tínhamos internet para fazer a reserva do hotel, então ficamos dando voltas e voltas na cidade em buscar de algum hotel para passar a noite, porém um carro estranho, de fora, todo adesivado parecendo um carro alegórico, dando voltas e voltar por uma cidade pequena claro que iria chamar atenção de alguém e logo nos deparamos com um carro da polícia nos seguindo e pedindo para parar. Encostamos, perguntaram de onde víamos, olharam nossos documentos, viram que éramos dois turistas perdidos na cidade e nos indicaram alguns lugares, que infelizmente estavam fechados. Por sorte encontrei, uma loja de conveniência aberta na cidade na rua principal Super Kiosko, o dono do estabelecimento foi muito amigo e nos cedeu a senha do wifi, conseguimos conectar o booking e fazer nossa reserva e daí fomos ao hotel.
Hospedamo-nos por dois dias na Pousada Los Alamos. Sinceramente espetacular o lugar e com excelente preço, bem no centro da cidade em uma rua ampla com estacionamento e boa estrutura. Logo quando amanheceu fui buscar um lugar para lavar o carro, procurar uma lavanderia para lavar umas roupas e saber dos atrativos turísticos que poderíamos conhecer, aproveitamos o dia para curtir melhor a cidade e descansar um pouco, um lugar com bons
restaurantes, pratos muito bem servidos ótimos preços onde se come e se bebe bons vinhos.
Aproveitamos par provar cordeiro patagônio e truta recomendada por vários amigos. No dia seguinte, saímos cedo e fomos passar o dia e conhecer o Parque Nacional Los Glaciares que fica localizado a 80 km fora da cidade pela Ruta 11, sentido as cordilheiras, estrada de boa qualidade e boa sinalização de como chegar. Para entrar no parque, é necessário pagar 250 pesos (Pesos Argentino) por pessoa, a partir da entrada do parque até o
ponto de visitação são como 25 km de umas estradas asfaltada bem sinuosas de curvas às margens do lago, com várias paradas para tirar fotos e lindas paisagens.
O local oferece uma boa estrutura, o glacial tem o lado norte e o lado sul, do lado norte existe uma estação principal onde tem restaurante, lojas e estacionamento, de lá inicia um caracol de passarelas por toda frente do glacial, cerca de 4 km de passarela com subidas e descidas e lindas paisagens. Outra opção é seguir o asfalto ate o final aonde vai da na parte alta do parque que se tem uma vista panorâmica de todo o glacial e tem acesso também a essas
passarelas. Existem dois pontos onde se pode tomar a lancha para fazer o passeio no lago, uma em cada lado no glacial, como fomos conhecer o lado norte pelas passarelas e posteriormente a parte alta, decidimos pegar a lancha do lado sul, que tem os paredões com mais altura e por ficar mais longe da estação principal provavelmente teria menos gente no barco, fomos até o ponto de saída da lanha do lado sul, comprasse o ticket no local, pagamos
350 pesos (Pesos Argentino) por pessoa, um passeio muito bom, tranquilo e muito valido, conhecemos o resto do parque e no final da tarde retornamos à cidade.
Realmente sem dúvida EL Calafate foi eleita por nós como o melhor lugar de toda a viagem, com boa estrutura hoteleira, bares e restaurantes, diversos passeios e atividades na neve, clima e pessoas agradáveis. Sem duvida iremos voltar em algum momento próximo mesmo que seja de avião para trazer a família.
No dia seguinte, 16 de julho por volta das 10 horas abastecemos o nosso carro, enchemos o galão de 50L de combustível que levávamos e seguimos para se aventurar pela Ruta 40 até Bariloche.
Seguimos cerca de 170 km até um vilarejo chamado Três Lagos, onde há um pequeno posto de combustível na entrada da cidade, passamos direto e por surpresa tanto o Google como nosso mapa de GPS estão desatualizados. A atual Ruta 40 está sendo reformada e alguns pontos e está passando por dentro de algumas cidades que antes não cortava
Após passar o vilarejo de Três Lagos e encontra a velha estrada da Ruta 040 começa uma estrada de terra que esta sendo prepara para pavimentação, cerca de 100 km todo em terra, lama, gelo e rajadas de vento muito forte na estrada que chega tirar o carro do lugar, fora isso o visual sensacional a esquerda das cordilheiras e muita neve, realmente experiência espetacular.
Na altura de Estância de Guilhermina, a Ruta 40 encontra a Ruta 29 onde se inicia o asfalto novamente. Nesse pedaço, a Ruta 40 está sendo reformada também, ela não passa mais direto como mostra o mapa, atualmente ela tem esse trajeto em azul saindo pela Ruta 29 até a cidade de Gobernador Gregores e segue pela Ruta 25, onde encontra antiga estrada, tudo em asfalto e boa qualidade. Apesar de ser pequena, a cidade de Gregores oferece um pequeno posto YPF e hotel para os viajantes, onde abastecemos o carro e seguimos viagem até a
cidade de Perrito Moreno onde pernoitamos.
Assim que entramos na cidade, fomos parados por uma fiscalização polical, e perguntaram-nos se estávamos viajando junto com o outro carro que passou na nossa frente, um Suzuki Jimny e nos comentou que era um brasileiro. Vimos esse carro em vários pontos da nossa viagem, porém como o carro estava muito sujo não conseguimos ver a placa não demos atenção, assim que os policiais nos liberaram aceleramos o carro para acompanhar o Jimny e ver quem seria. Pensávamos que éramos malucos, que saíram de Ipojuca/PE para se aventurar na Argentina sozinhos, mas foi aí que conhecemos o Mauricio, um paulista que viajava realmente sozinho em seu Jimny usando o celular como GPS quando tinha internet, 3 garrafas pets como tanque reserva e com um único CD de musica escutando o mesmo repertório em toda a viagem (“Esse é realmente maluco !!!”), paramos no posto para abastecemos os carros, conversamos um pouco para nos conhecer, pernoitamos em Perrito Moreno e daí seguimos junto a viagem ate Buenos Aires.
No mesmo hotel onde ficamos, encontramos um grupo de famílias e amigos de Santa Catarina que estavam descendo a Ruta 40 com dezoito pessoas em seis carros, vimos que nesse período muitos brasileiros procuram se aventura por essa rota, então não estranhei se encontrar alguma placa de carro conhecida na estrada.
Acordamos bem cedo no dia seguinte, pois tínhamos cerca de 800 km até chegar a Bariloche e não sabíamos o que iríamos encontrar na estrada. Assim que saímos do hotel, vimos nossos carros cobertos de neve, tinha nevado toda a noite e continuou assim durante toda manhã, realmente é uma experiência muito interessante e sensacional a Ruta 40 e pela quantidade de neve que pegamos na estrada se tornou espetacular a viagem, paramos no meio da estrada
para tirar fotos, brincar com os carros na neve, parecia realmente duas crianças com dois carros de brinquedos aproveitando o parque de diversões. Dirigimos certa de 130 km pela neve ate chegar à cidade de Rio Mayor onde a neve deu uma trégua, abastecemos o carro e seguimos viagem, fizemos mais três paradas de abastecimento antes de chegar a Bariloche, principalmente para o Jimny que tinha bem menos autonomia que a gente, paramos em Gobernado Costa, Esquel e El Bolsón, como sabíamos que daí para frente não teríamos problemas com combustível em El Bolsón começamos a utilizar nosso galão que ainda esta cheio e seguimos viagem até Bariloche.
5° Destino – Bariloche
Bariloche é uma cidade muito famosa na Argentina, o destino de muitos brasileiros nesse período de inverno que buscam neve e poder esquiar, a quantidade de brasileiros nas ruas é impressionante. No verão, a cidade vive também lotada, porém com muito mais argentinos que buscam correr da cidade grande em procurando sol e o ar fresco das montanhas. A cidade oferece grandes redes de hotéis, vários restaurantes e bastantes lojas chocolates e souvenir.
Por volta das 21 horas, chegamos à famosa e tão badalada Bariloche. O centro da cidade estava realmente cheio de gente, carro por todos os lados, ônibus estacionados nas ruas, uma verdadeira bagunça. Optamos por pegar um bom hotel e de preferência fora do centro que tivesse estacionamento. Assim nos hospedamos no Hotel Bosque Del Nahuel, a maioria dos grandes hotéis e bons restaurantes ficam fora da cidade, ficam à beira do lago ao longe de
uma estrada de uns 20 km sentido as cordilheiras.
No dia seguinte, fomos conhecer a estação de esqui Cerro Catedral. Existem várias placas informando como chegar ao local, cerca de 20 km do centro da cidade, estrada de boa e com bom fluxo de carro indo e vindo da estação de esqui. Realmente é impressionante a estrutura do local, é excelente, apesar da grande quantidade de gente o local consegue suportar bem. A estação oferece dois estacionamentos um privado que fica dentro do pátio da estação e um gratuito que fica um pouco fora cerca de 1 km, mas periodicamente passa um ônibus que sai desse estacionamento ate o pátio da estação gratuito também. A estação oferece três modalidades de entrada quanto à área de diversão: parte baixa, média ou toda a montanha que caria de 650 a 1000 pesos (Pesos Argentino) por pessoa e poder usufruir o dia todo, alugamos material que inclui esquis ou snowboar e uma calça impermeável que nos custos 450 pesos (Pesos Argentino) por pessoa para poder utilizar todo o dia as 18 horas, horário que a estação começa a finalizar as atividades, o local oferece também aulas em grupo e individual para iniciantes.
Apesar dos muito tombos, hematomas, perda de materiais que caíram do teleférico, aproveitamos e nos cansamos bastante. Na estação, podemos afirmar o local é realmente muito grande e oferece boa estrutura aos turistas. Ao final da tarde voltamos ao centro de Bariloche para finalizar as compras, jantar e ir ao hotel.
Na minha humilde conclusão, Bariloche só tem uma coisa boa, que é a estação de esqui. Fora isso a cidade não esta preparada para tanto turista, muita gente pelas ruas cruzando na frente dos carros, sem sinalização, muitos ônibus de turismo estacionados na rua em frente aos hotéis, muito engarrafamento, difícil de encontrar um lugar para estacionar na cidade, restaurantes todos lotados com esperas e as lojas sempre com filas para comprar.
Realmente nos deixou a desejar a estrutura, nesse aspecto!
Dia 19 de julho iniciamos nosso retorno para casa, saímos cedinho de Bariloche após abastecer os carros pela Ruta 237 até Neuquén, em seguida pegamos a Ruta 22 até Bahia Blanca, de lá seguimos a mesma estrada que usamos na ida até Buenos Aires/ARG, imigração em Colón/ARG, imigração em Rivera/UR e por fim Balneário Camboriú/SC, Nós chegamos a Camboriú/SC dia 22 de julho e no dia 23 de julho seguimos pelas BR-116 e BR-101 até Ipojuca/PE.
10.Tabela de Custo
Abaixo uma tabela com alguns valores como referência de cada dia da viagem, levando em consideração desde a saída até o retorno a Balneário Camboriú/SC, alguns valores de alimentação foram perdido e não estão na tabela, porém todos os valores com combustível e hotéis estão descritos as baixo e outros custos adicionais. Os “valores da quilometragem não devem se tomado como valor real, nos utilizamos pneu tamanho 33” isso resulta em uma diferencia de distancia quando comparado ao original e por outro lado o hodômetro marcava valores levemente diferentes para o mesmo percurso percorrido, logo não esta 100% confiável.
11.Resumo
Argentina é um país realmente fantástico, onde podemos encontrar as quatro estações bem definidas, ver e sentir a vida selvagem de plantas e animais tão de perto e preservadas no seu natural, juntamente com lindas paisagens entre mar, rio, lagos e montanhas, poder se aventurando em asfalto, lama, gelo, sol, vento, chuva, neblina e muito mais que a natureza pode oferecer.
No geral é uma viagem que totaliza um valor bem relevante, tem que ser bem planejada, caso contraria os custos se elevam bastante, outro fato importante é que as coisas no país são realmente mais caras quando comprado a nosso. Mas pensando por um lado que conhecemos cinco grandes pontos turísticos da Argentina, fora os lugares durante o percurso, em carro com toda liberdade sem depender de transfer ou coisa parecida, para duas pessoas ou ate mais dependendo do veiculo, na minha opinião foi justificável.
Tomando como referencia até o retorno a Balneário Camboriú/SC foram percorrida uma media de 11.350 km em 19 dias dos quais 2.000 km foram dentro do Brasil, R$ 804,00 reais de combustível dentro do Brasil e R$ 4.580,00 reais dentro da Argentina, R$ 257,00 reais com hotéis no Brasil e R$ 3.989,00 reais em hotéis na Argentina, alimentação até onde contabilizamos R$ 2.200,00 reais, esses seriam talvez os principais valores básicos da viagem.
Para nós do mundo 4x4 viver e sentir essas sensações que a natureza nos oferece é como escrever um livro que nunca se apagará das nossas vidas, por isso tivemos o propósito de fazer esse resumo para ajudar as pessoas que tem o mesmo sonho que tínhamos de poder conhecer a Patagônia e assim conseguir realiza-lo.
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