Em 2000 estava com 29 anos, tinha acabado de comprar um GM Astra zerinho. Carro bacana, baixo, moderno para a época e ótimo para a vida que eu levava... Até que resolvi dar um rumo diferente nas coisas, resolvi que os finais de semana eram para sair de São Paulo e ir para lugares muito bons. Fui à Barra do Una, litoral sul de São Paulo com o Astra... Voltei com ele todo ralado de galhos e imundo, como se tivesse feito uma trilha... Estava lá na rua e me passa o meu mecânico com um Lada Niva e me fala... Pô, para fazer isso vc precisa um desse aqui. Aquilo me tentou muito e eu disse para ele: Então me vende esse aí.
Dois meses depois estava na minha garagem o meu primeiro 4x4, o Roleta Russa, com motor ap 1.8. Quando estava funcionando eu só usava ele para qualquer canto. Trilha? Sim, todo final de semana se possível. Já tinha percebido que gostava mais do Niva que do Astra para andar em São Paulo. Participava de todo encontro de jipeiro que tinha. No espaço de modelismo do Ibirapuera era presença garantida. Chegava 7 da noite e saia junto com os últimos, pelas 2 da matina. Muita gente me conhecia, e como eu era muito interessado em mecânica falava e lia muito a respeito, o tempo todo.
O Tempo passou e as trilhas ficaram mais pesadas, as peças que tinha para o russinho eram de baixa qualidade, então o Nivinha cedeu lugar ao Willis.
Que dois anos depois, por sua vez, foi embora para virar acabamento de um apartamento, que montei para casar, meu primeiro e falido casamento... Arrependimento total de ter vendido o jipe, mas era tarde demais. Quando a decisão já era pelo divórcio... Eis que tinha que ter algo para me fazer feliz... E fiz... Comprei outro Jipe.
Durante os anos que se sucederam de discussões de divórcio e quem fica com o que, este foi o meu melhor companheiro...Amigo de todos os finais de semana e durante a semana também. Até então eu sempre mantinha um carro e um jipe. Notei que a bateria do carro sempre que eu ia usar estava arriada por falta de uso... O Alarme do carro descarregava a bateria, pelas minhas contas, em 2 meses... O carro saia da garagem 6 vezes por ano. Nesse meio tempo conheci minha atual esposa, com a qual tenho uma filha. Mesmo com a Anna Julia com meses ela já andava de jipe, um pouco desconfortável para pôr o bebê conforto no banco de trás, mas com boa vontade sempre deu certo. Então veio a decisão, porque não ter um só carro que fosse bom de cidade (o Troller gasolina já era muito bom) e para estrada?? Com uma boa autonomia e que mantivesse uma velocidade estável em subidas ... Então veio o atual jipe, sozinho, vendi o carro e o Troller anterior e o carro e juntei num só.
Já se vão 4 anos desta decisão e a sensação ainda é a mesma, estou de lua de mel com o Troller e com a vida! Agradeço minha esposa por me apoiar neste gosto... e minha filha que diz que quando ela crescer o carro dela vai ser igual ao meu, rosa e com flores.
Laerte Gueller