Expedição 2013 / 2014
Rio de Janeiro a Ushuaia
Por Marcus Castelan
Dia 10 - Comodoro Rivadávia a Rio Gallegos
Bem cedo, saímos do hotel rumo a Rio Gallegos, nossa última parada antes de chegarmos ao Fim do Mundo.
Ainda em Comodoro Rivadávia, na excelente rodovia que percorremos, é possível avistar, além das belas paisagens, os "cavalos de aço" que ficam bombeando petróleo dia e noite.
No caminho, fizemos um desvio por uma estrada de rípio e chegamos no litoral, onde exite uma praia de cascalho com falésias e mirantes naturais muito bonitos.
Seguindo por estradas off-roads de rípio, antes de chegarmos em San Julián, vilarejo onde paramos para almoçar, foi possível apreciar, inclusive, diversos leões marinhos descansando sobre as rochas.
E as emoções não pararam. O carro de um dos nossos amigos teve um pneu completamente dilacerado pelas pedras, fato que nos obrigou a parar por uns 40 minutos para trocá-lo antes de seguir viagem.
A partir de agora teríamos como uma de nossas prioridades achar uma loja (gomeria) para comprar um novo estepe antes de seguir viagem.
San Julián é uma cidade pequena, na província de Santa Cruz. Esse vilarejo, com pouco mais de 7.000 habitantes, foi onde Fernão de Magalhães permaneceu com sua frota durante o inverno, em 1520, antes de descobrir o famoso Estreito de Magalhães.
Na praça da cidade existe uma réplica da Nau Victória, a única de 5 caravelas que concluiu a 1ª volta ao mundo (1519-1522).
Dos 234 marinheiros que iniciaram a viagem, apenas 18 voltaram à Espanha. O próprio Fernão de Magalhães morreu lutando nas Filipinas.
O nome Victoria vem da igreja de Santa Maria de La Victoria de Triana, onde Magalhães jurou servir o rei Carlos I.
E, depois de muita coisa vista, chegamos em Rio Gallegos, no extremo sul da Argentina, para procurar um pneu e descansar mais uma noite antes de alcançarmos o fim do mundo.
Dia 11 - Chegada em Ushuaia, a cidade mais austral do mundo
Finalmente, chegou o grande dia ! Partimos em direção a cidade mais austral do mundo - Ushuaia.
No caminho, após rodarmos poucos quilômetros, chegamos na fronteira da Argentina com o Chile.
Nessa barreira, ambos os países trabalham juntos em guichês posicionados lado a lado e os procedimentos de saída da Argentina, entrada no Chile, aduana, registro do carro etc. são feitos nesses balcões seguindo uma sequência de passos pré-determinados dentro do mesmo espaço físico.
Após cumprir os procedimentos de praxe, nos dirigimos à cancela da fronteira com o Trovão Azul. Nesse momento, os oficiais chilenos realizaram uma inspeção, por sinal bem tranquila no carro, e liberaram nossa entrada naquele país.
Uma vez no lado chileno, seguimos rumo ao famoso Estreito de Magalhães.
No caminho, como em toda a Patagônia, é possível ver os guanacos correndo soltos próximos à estrada. Esses animais trazem risco aos motoristas, pois eles se assuntam facilmente quando os carros passam e, muitas vezes, acabam atravessando a pista correndo.
A travessia do Estreito de Magalhães é feita num barco grande, onde carros, caminhões, tratores etc. são alinhados lado a lado. Dentro desse barco existe uma área destinada às pessoas onde há até uma pequena lanchonete.
O preço para cruzar o canal é $ 265,00 e o tempo de travessia é de mais ou menos 20 minutos.
Do outro lado do canal, dirigimos por aproximadamente 100 Km em estrada de rípio até chegarmos na fronteira do Chile, onde saímos daquele país e tornamos a entrar na Argentina. Nesse dia, realizamos 4 passagens de fronteira.
Ao contrário de quando entramos no Chile, onde os dois países trabalham juntos no mesmo local, aqui, a fronteira foi só do Chile.
Depois de passarmos por ela, trafegamos por uns poucos quilômetros numa espécie de zona neutra até chegarmos na fronteira Argentina, onde realizamos todos os procedimentos novamente para entrar naquele país.
De novo em solo argentino, seguimos para nosso principal objetivo: chegar em Ushuaia, o Fim do Mundo !
Quando fomos nos aproximando da cidade, já foi possível avistar os picos das montanhas ainda com neve em pleno verão austral.
Seguimos mais um pouco e, antes de entrar, paramos para tirar a tradicional foto no portal da cidade.