Expedição 2013 / 2014
Rio de Janeiro a Ushuaia
Por Marcus Castelan
Dia 20 - Glaciarium e Ano Novo
Bem próximo a cidade de El Calafate existe um local chamado Glaciarium, onde estão o Museu do Gelo e o Bar de Gelo.
No Museu do Gelo foi possível aprender sobre a era glacial, glaciares, icebergs e tudo mais refente ao assunto.
No Glacio Bar Branca, o bar de gelo, o tempo máximo permitido para permanecer no seu interior é de 25 minutos. Durante esse período, o consumo de qualquer bebida, alcoólica ou não, é liberado.
Na entrada, tivemos que vestir um casaco tipo poncho e colocar luvas, pois a temperatura dentro do bar estava em -6.1º C.
Tudo é feito de gelo. As mesas, as cadeiras, as paredes, os copos, as prateleiras, enfim, toda a decoração do bar é de gelo.
A música que tocava era de boa qualidade e não deixava ninguém ficar parado, então, todos dançaram, beberam e registraram com suas máquinas fotográficas e filmadoras esse local bastante interessante, o que ajudou a manter o corpo aquecido e curtindo o ambiente.
De volta ao hotel, começamos a nos preparar para comemorar a chegada de 2014.
O ano novo já estava bem próximo e as celebrações no nosso grupo começaram antes mesmo do jantar. O clima estava fantástico e o prato principal não poderia ser diferente: merluza negra acompanhada de um bom vinho. Feliz 2014 !
Após o jantar, começou a festa de réveillon. Com muita música, todos se divertiram, especialmente os pés de valsa, que nessas ocasiões se revelam para a turma.
Já em 2014, encerramos mais um dia na nossa expedição com muita história acumulada para contar.
Nesse ponto, nossa viagem já tinha passado da metade, todavia, ainda restavam 10 dias para curtir.
Dia 21 - Mini trecking no glaciar e chegada em El Chaltén
Enquanto nossos amigos seguiram para El Chaltén, nós permanecemos em El Calafate para fazer o mini trecking no glaciar Perito Moreno.
Retornamos ao Parque Nacional Los Glaciares e, num barco menor, seguimos até o lado esquerdo do glaciar.
Lá, recebemos todas as orientações dos guias e fomos calçar os grampones, uma espécie de sola de sapato metálica com pontas que penetram no gelo para podermos caminhar sobre ele sem escorregar.
O uso de luvas também é obrigatório pois, em caso de queda, o gelo é muito áspero e pode provocar arranhões e queimaduras.
A dica é levar suas próprias luvas e, de preferência, impermeáveis. A infraestrutura do passeio disponibiliza elas sem custo, mas, normalmente, estão úmidas e cheirando mal.
A caminhada leva aproximadamente 1 hora e 30 minutos por trilhas definidas dentro do glaciar.
São subidas e descidas, passagens dentro de fendas e paradas para tirar fotos e escutar as informações repassadas pelos guias acerca das histórias e curiosidades do glaciar.
Os guias acompanham as pessoas por todo o percurso e não deixam você se desviar da rota, pois existe risco de cair e se machucar em fendas existentes no gelo.
No fim do trecking, chegamos em um local onde já está preparada uma bancada com copos, champagne, whisky e um pão coberto com açúcar e recheado de frutas cristalizadas, parecido com um panetone.
Ali, os guias pegam uma bacia e raspam ela na parede da geleira para recolher um pouco de gelo do próprio glaciar e, em seguida, enchem os copos com ele.
Providenciado o gelo para a bebida, é servido, para quem quiser, o champagne e whisky junto com o pão.
Podemos dizer que degustamos um whisky de 8 anos com gelo de 400 anos.
Terminada a brincadeira, assim que o barco aportou de volta na margem do lago, pegamos o carro e seguimos direto para El Chaltén, onde o resto do grupo já se encontrava.
Na estrada, a posição do sol ajudou a realçar as paisagens até chegarmos ao nosso destino.
O Cerro Fitz Roy estava coberto de neve e a cidade de El Chaltén, aos seus pés, nos proporcionou um final de tarde muito bonito.
Essa cidade só funciona no verão, quando é alta temporada e os viajantes chegam em El Chaltén em busca de treckings e escaladas.
Suas montanhas atraem montanhistas do mundo todo fascinados pelas paredes de rocha e gelo.
As montanhas mais procuradas da região são o Cerro Fitz Roy e o Cerro Torre, considerado por muitos a montanha mais difícil do mundo.
Por outro lado, no inverno, o frio é de rachar e sua população fica reduzida a aproximadamente 500 habitantes, fazendo-a parecer uma cidade fantasma.
Dia 22 - Los Antiguos
Partimos em direção a Los Antiguos, a capital nacional da cereja, uma cidade localizada num vale e cercada por lagos e picos nevados da Cordilheira dos Andes.
Além da cereja, o microclima especial que prevalece no local favorece também o cultivo do morango e da framboesa.
No caminho, chegou a minha vez de ter um prejuízo, com um pneu completamente destruído no rípio.
O pior é que eu estava trafegando lentamente por um desvio, paralelo a rodovia, em virtude de uma obra de recuperação do pavimento.
Quando percebi que o Trovão Azul tinha desnivelado a traseira, parei na hora e, mesmo assim, o pneu ficou completamente dilacerado.
Arrumar outro pneu com as mesmas dimensões (33 x 12,5) foi uma tarefa complicada. Como não poderia ficar sem estepe, acabei comprando numagomeria (borracheiro) um pneu velho e bem menor para quebrar o galho em caso de necessidade.
Ao chegar no hotel, a beira do Lago Buenos Aires, o maior lago da América do Sul depois do lago Titicaca, fomos descansar e o dia encerrou mesmo por aqui.