Expedição 2013 / 2014
Rio de Janeiro a Ushuaia
Por Marcus Castelan
Dia 15 - Punta Arenas
Deixamos Ushuaia felizes e carregando na memória, nas fotos e nos vídeos os momentos incríveis que passamos no Fim do Mundo.
Seguimos então para a cidade chilena de Punta Arenas.
No caminho de volta chegamos à fronteira da Argentina para realizar, novamente, os procedimentos de saída do país e avançamos até a fronteira Chilena, para repetir os trâmites aduaneiros e alfandegários para entrar, de novo, no Chile.
Cumpridas essas etapas, fomos atravessar de volta e, pela última vez, o famoso Estreito de Magalhães.
A fila de espera na rodovia para embarcar o carro no navio que faz a travessia do canal estava com aproximadamente 1 Km de distância quando chegamos.
Como existem várias balsas fazendo a travessia, até que não ficamos muito tempo esperando. Ao contrário da primeira travessia que fizemos, o mar agora estava mexido e o ferry boat bem cheio de carros, ônibus e caminhões.
Mesmo assim, nada perturbou a vibração do grupo que curtiu essa última viagem comendo cachorro quente no interior da balsa.
Já do outro lado do canal, a estrada segue paralela ao Estreito de Magalhães e o vento nesse trecho é muito intenso, a ponto de tombar ônibus e outros veículos altos.
O carro sente bastante as rajadas de vento e, por muito tempo, para manter o carro em linha reta na rodovia, o volante precisava ficava girado quase a 90º.
Enfim, chegamos em Punta Arenas para outro pernoite antes de seguirmos para Puerto Natales.
Punta Arenas foi, antes da abertura do Canal do Panamá, o principal porto utilizado pela navegação entre os oceanos Atlântico e Pacífico, haja vista sua localização geográfica.
Aproveitamos para realizar o câmbio de dólares por pesos chilenos.
Nesse dia, U$ 1,00 estava valendo CLP$ 523,00 enquanto que R$ 1,00 valia CLP$ 225,00.
No nosso hotel, percebemos a presença de profissionais da Nasa e de outras organizações mundiais.
Ao indagarmos sobre o motivo dessas pessoas ali, fomos informados que elas trabalham nas bases de seus respectivos países instaladas na Antártida e, como as condições meteorológicas em Ushuaia são muito instáveis, eles partem de avião de Punta Arenas para aquele continente.
Em Punta Arenas também existe uma zona franca, onde há um shopping center, um grande mercado e uma boa variedade de lojas de automóveis e acessórios.
Dia 16 - Puerto Natales
Mais um deslocamento e chegamos a cidade chilena de Puerto Natales.
Após ingressarmos no nosso hotel, fomos andar pela cidade, abastecer o carro, tirar mais algumas fotos e definir onde iríamos jantar, pois o dia seguinte já tinha programação marcada.
A paisagem continuava a nos impressionar, com o topo das montanhas ainda cobertos de neve e a cor da água.
No restaurante Angelicas, a pedida da noite foi Pisco Sauer e, novamente, centolla.
Dia 17 - Parque Nacional Torres Del Paine
Fomos visitar um dos parques mais impressionantes do sul do Chile, o Parque Nacional Torres Del Paine.
Esse parque foi fundado no fim da década de 1950 e declarado Reserva da Biosfera, pela UNESCO, em 1978.
Em 2012, um incêndio destruiu 33 mil hectares do parque, queimando a maior parte das árvores.
Lá, além de glaciares, lagos, rios e cascatas, encontra-se a cadeia montanhosa Del Paine, com suas famosas montanhas denominadas Torres Del Paine.
Não conseguimos ver as citadas torres, pois estava nublado e chovendo, todavia, tivemos a oportunidade de ver icebergs bem de perto e tocar no gelo deles.
A visão que tivemos e proximidade que chegamos dos icebergs foi uma experiência bem interessante.
Podemos afirmar que esse dia está entre os pontos altos e marcantes da nossa viagem e que jamais esqueceremos, principalmente as crianças.
Dia 18 - El Calafate
Hoje fomos apresentados a famosa Ruta Nacional 40. Ela começa na fronteira do Chile, onde, mais uma vez, tivemos que realizar os trâmites legais para sair daquele país.
Passaportes carimbados, carro liberado, ficamos aguardando o oficial de fronteira abrir a barreira para podermos passar com nossos veículos e seguir por essa rodovia rumo a El Calafate.
Depois de dirigir por alguns poucos quilômetros, chegamos na fronteira da Argentina e repetimos, pela milésima vez, os procedimentos legais exigidos para entrar naquele país.
Outra vez na Argentina, o objetivo agora era chegar logo em El Calafate, cidade na qual passamos o ano novo e visitamos o Glaciar Perito Moreno, o Museu do Gelo e o Bar de Gelo.
El Calafate estava abarrotada de turistas e, por muito pouco, não conseguimos comprar ingressos para fazer o mini trecking sobre o glaciar.
Depois de procurar em diversas agências espalhadas pela cidade, conseguimos encaixar essa atração apenas para o dia 01/01/2014. Quanto ao passeio de barco próximo a geleira e a visita ao Glaciarium, onde se encontram o Museu do Gelo e o Bar de Gelo, não tivemos problema.
Diversão garantida, fomos almoçar e relaxar na piscina do hotel com vista para o lago.
A essa altura da viagem, depois de percorrer muitos quilômetros sob calor, frio, neve, sol, chuva e poeira do rípio, a cor do Trovão Azul já tinha mudado um pouco.
Dia 19 - Parque Nacional Los Glaciares
Iniciamos o dia indo ao Parque Nacional Los Glaciares, que fica a 78 Km de El Calafate, conhecer o glaciar Perito Moreno, a terceira maior área de gelo do planeta (fica atrás somente da Antártida e do Polo Norte).
Seu nome é uma homenagem ao explorador da Patagônia Francisco Pescasio Moreno.
Sua superfície se estende por 250 Km2. Avança 52 Km sobre um dos braços do Lago Argentino e mede 5 Km de largura por 60 metros de altura. O gelo que se desprende da face do glaciar e cai no lago leva 400 anos para se deslocar até ali.
O catamarã que faz o passeio pelo lago e vai até a base do glaciar possui janelas panorâmicas para quem não quiser encarar o frio do lado de fora, mas a maioria das pessoas não está nem aí para a temperatura e fica mesmo é no convés da embarcação para ver e apreciar melhor esse monstro de gelo criado pela natureza.
O barco chega bem próximo do paredão de gelo. Nesse momento é que temos a verdadeira dimensão do tamanho desse glaciar e como somos minúsculos frente a ele.
O gelo da face do glaciar fica constantemente descascando e caindo dentro do lago. Quando o gelo se rompe, é gerado um estrondo parecido com um trovão.
Os pedaços de gelo, ao despencarem em direção a água, passam a impressão de estarem caindo em câmara lenta.
Dependendo do tamanho do bloco de gelo que caia, ao se chocar com a água, chega a provocar ondas que balançam o barco a ponto de deixar alguns turistas assustados.
No parque há um restaurante e uma lanchonete. Aproveitamos para almoçar e depois voltamos para El Calafate.
Para nossa felicidade, no dia 01/01/2014, retornaremos para fazer o minitrecking sobre o glaciar Perito Moreno.
Quando chegamos, enquanto a família foi conhecer melhor a cidade, eu fui fazer uma manutenção preventiva no Trovão Azul, pois já tínhamos rodado cerca de 8.000 Km e estava na hora de trocar óleo e filtros.
Como trouxe do Brasil o óleo e os filtros, a loja cobrou $ 200,00 para realizar a troca. Caso eu fosse comprar tudo na hora, além de não ter o tipo de óleo lubrificante usado no meu carro, teria que desembolsar $ 700,00.