Entenda por que o Troller é um ícone off road e uma unanimidade nas trilhas do Brasil, detalhes da mecânica robusta por traz da resistente carroceria de fibra.
Texto Jorgao (forum 4x4)
O Troller foi idealizado de jipeiro pra jipeiro. E um jipeiro olha o que há de melhor no mercado pra colocar no seu jipe. Copia ideias e soluções de projetos consagrados, evitando os erros e defeitos. O Troller não foi idealizado de forma diferente: Com certeza analisou-se muito bem todos os ícones offroad da época (Defender, Bandeirante, Wrangler, Samurai, etc). O dia que um sujeito qualquer com muito dinheiro resolver fabricar e lançar um jipe novo no mercado brasileiro também de jipeiro pra jipeiro, com certeza ele vai começar copiando tudo o que o troller possui de bom. Mecânica resistente e durável, de ponta, que esteja se destacando nas competições mais difíceis de offroad do mundo, carroceria e chassi preocupados com resistência, durabilidade e desempenho offroad (ângulos, travessias de água, manutenção, etc). A- Carroceria fabricada em compósito de fibra de vidro. É extremamente resistente, não amassa, não oxida, não conduz eletricidade, é imune a corrosão e é de extrema facilidade de manutenção. B- Chassi de perfil retangular (tubular), hermeticamente fechado. Evita a penetração de umidade, impedindo a corrosão interna. Não possui furos "salva-massa". Por isso não possui os problemas de corrosão no chassi comuns em diversos outros veículos 4x4, mesmo sendo o veículo mais usado em praias e areias do norte ao sul do país. C- Tração 4x4 - Part time com roda livre manual. Não há diferencial central. Por isso, não há necessidade de bloqueio de diferencial central. Sistema simples. Peca por sair originalmente com um engate elétrico-eletrônico. Porém, com 2 pequenas ferramentas, você entra embaixo do troller e consegue virar a tração manualmente em emergências, podendo inclusive selecionar o ponto neutro da caixa de transferência (isso é mais fácil que retirar os dois cardans, na minha opinião) para casos de emergências.
Em situações adversas, como puxar um reboque de toneladas em fazendas, você tem toda a versatilidade da roda livre manual, podendo engatar a reduzida em 4x2 para manobras por exemplo. Em veículos sem roda-livre é impossível fazer manobras em reduzida puxando peso, a não ser é claro que se esteja em um sabão (o que não é o caso dessas aplicações). Além é claro de poder simplesmente isolar a transmissão dianteira apenas desligando as roda livres em caso de emergências mecânicas. Além disso, a Troller não deixa a desejar em certos detalhes para uso offroad: De fábrica o veículo já sai com 2 cabos de aço posicionados para segurar o cardan em caso de quebras. Se o cardan quebrar a 60 km/h, já seria suficiente pra fazer uma alavanca e catapultar o veículo causando um acidente realmente grave. Não sei como alguns veículos 4x4 se dizem voltados para offroad e preocupados com segurança e não oferecem um simples detalhe como esse de fábrica! D- Eixos totalmente flutuantes. Assim como todo 4x4 voltado pra uso pesado (Defender, Bandeirante e Alguns Agrales Marruá), seja nas forças armadas, trilhas pesadas, etc, ele possui eixos totalmente flutuantes. O semi-eixo do veículo só precisa transferir o torque do motor até a roda. O peso do veículo e os impactos das trilhas não o afetam. Caso o eixo motriz quebre, a roda continua presa ao veículo. Por isso correr um raid ou rally, fazer saltos com o jipe, ou simplesmente correr em estradas esburacadas em alta velocidade e etc, não são uma preocupação para um veículo dotado de eixos flutuantes, pois o conjunto é extremamente robusto. Além disso, qualquer manutenção emergencial pode ser feita no eixo sem grandes preocupações, bastando conhecimentos básicos de mecânica. Para ajudar a entender: No caso de eixos semi-flutuantes por exemplo, que são adotados em praticamente TODOS os veículos de grande produção, incluindo todos os 4x4 como JK Wrangler, Jimny, Vitara, Pajero, Prado, Hilux, Ranger, Amarok, Frontier, S10, etc enfim, praticamente todos veículos de grandes montadoras, os impactos da trilha somados ao peso do veículo afetam o semi-eixo. O eixo é responsável por suportar o peso inteiro do veículo e ainda transferir o torque até a roda. Isso é inviável em um uso pesado como rally, raid, competições de alta velocidade onde se tem constantes saltos e pancadas na suspensão, uso militar, trilhas pesadas, etc. E- Preparação offroad. Como disse anteriormente, a Troller não peca em certos detalhes. Até preparação para equipamento de rally, o troller possui de fábrica. Além dos cabos de aço nos cardans, que é algo simples para uma montadora (e de tamanha importância), eixos flutuantes, carroceria de fibra, ele possui elevação de respiros de toda a mecânica através de uma caixa de respiro no cofre, contemplando respiros de toda a mecânica: Câmbio, Diferencial dianteiro, Diferencial traseiro, Tanque de combustível e Bomba injetora (na versão com motor MWM 2.8 - O NGD 3.0 dispensa respiro de bomba). Além dos respiros, com uma preocupação de tornar o veículo praticamente anfíbio, a carroceria é projetada de forma a receber o Snorkel desde sempre e possui caixas de ar. É preciso mais de 10 litros de água para causar um calço hidráulico num Troller em marcha lenta - Eu absolutamente nunca vi isso em nenhum outro veículo do mundo! Após a instalação do snorkel, é previsto pela fábrica a vedação da tomada de ar interna do veículo - impedindo entrada de água dentro do painel. Em muitos 4x4 nem mesmo é possível se fazer isso! Ou seja, mesmo com snorkel, entrar em água seria um prejuízo inestimável ao dono (e muita gente não possui esses conhecimentos, achando que basta colocar snorkel pra fazer o que um Troller faz. O projeto da carroceria/chassi também contempla caixas de roda gigantes permitindo colocar pneus 33", 35", 37" sem modificações ou com pouquíssimas modificações, e excelentes ângulos de entrada, saída e transposição de rampa. Variando um pouco entre as versões, mas na sua versão principal que foi responsável por todo o sucesso do Troller, ele possui 56 graus de entrada, 47 graus de saída e 30 graus de transposição. Inclinação lateral máxima de 45 graus. Rampa máxima de 45 graus (100%). Só nesse conjunto de características ele vence qualquer outro 4x4 do mercado: Bandeirante, Defender, Wrangler, Marruá, Jimny, Pajero, Vitara, Samurai, etc. F - Mecânica. Motores diesel 2.8, 3.0, 3.2 (4 e 5 cilindros), indiscutivelmente a melhor para uso offroad. Torque em baixa, alta confiabilidade, alta durabilidade e mais simples e com menor frequência de manutenção. Todos esses motores são mecânicas diesel de caminhões de 10 toneladas em um jipe de 2 toneladas. E usar uma mecânica dessas inclui necessariamente todos os itens serem dimensionados para tocar uma mecânica de 10 toneladas com alto valor de torque transmitindo pelo powertrain. Dispensam manutenções desgastantes, onerosas e com alto índice de falhas e baixo suporte a mal uso como correias dentadas. Não há velas de ignição, cabos de vela e bobinas pra enguiçar a qualquer momento ou apagá-lo ao receber qualquer quantidade de água como nos motores a gasolina.
Câmbio Eaton 2305/2405 e Caixa de transferência Borgwarner. Simplesmente as caixas que mais fizeram história no mundo das competições offroad, aplicações militares e de uso pesado sendo usadas há quase 15 anos em diversas aplicações pesadas e de uso extremo em rallys como sertões, dakar, etc.
Todo veículo voltado ao mercado comum utiliza diferenciais menores no eixo dianteiro, como uma forma de economizar na produção e também por não justificar a adoção dependendo da proposta que o veículo possui. O Troller adota diferenciais dana 44, tanto na dianteira quanto na traseira. Inclusive virou moda Wranglers e outros jipes procurarem diferenciais dianteiro de Troller batido nos ferros velhos pra fazer upgrades. Além de tantas marcas de renome, ele também sai de fábrica com diversas marcas de primeira linha na mecânica, como Spicer, Koyo, etc. Itens como o munhão do C e subframes são superdimensionados ao extremo. Como desvantagem do Troller, posso citar a forma de economia que a fábrica adotou em componentes de segunda (ou terceira) linha em itens cosméticos como Vidros elétricos, Travas elétricas, Ar-Condicionado, Motor de esguicho de para-brisa, etc.
Texto Jorgao (forum 4x4)
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